domingo, 10 de agosto de 2008

top4 - Filmes para uma boa e veemente derramada de lágrimas

Chorar, chorar, chorar. Eu tenho essa mania difícil de controlar de chorar por tudo. Choro de raiva, frustação, pena, por amor, por vergonha, por bobeira. Seja qual for o motivo, apesar da vergonha momentânea quando alguém te pega nessa embaraçosa demonstração de fraqueza, você acaba se sentindo bem melhor depois de uma bela chorada melequenta. Portanto, se você está precisando se exaurir em lágrimas, aqui estão minhas top4 recomendações quando for visitar uma locadora. Ao seguir minhas sugestões, tenham em mente que eu chorei ao assistir "Patricinha de Beverly Hills".

4- Message in a Bottle (Uma Carta de Amor) - 1999

Antes do romance central do filme começar, já existe um romance falido como pano de fundo. Aliás, um romance que acabou da pior maneira possível, depois de uma longa e tortuosa luta contra o abominável grande C (Câncer).

Depois de cuidar da sua esposa até sua morte prematura, Garret Blake (Kevin Costner), um construtor de barcos, joga ao mar uma carta de amor dentro de uma garrafa. Esta é encontrada por uma jornalista da cidade grande que decide publicar a carta, e não satisfeita, sai em busca do autor. Lógico que se apaixonam. Para ficar mais complicado, Garret não consegue se entregar 100% a esse novo amor (o fantasma da mulher está puxando sua perna). Quando ele resolve que pode ser feliz uma segunda vez, sai de barco e morre afogado.

Qual parte faz você morrer de chorar? Saber que ele morreu justo quando ia jogar uma mensagem de despedida a sua mulher defunta, assumindo o novo amor e deixando claro que seguiria agora com sua vida. Buááááááááááá....Depois de chorar muito você fica pensando se a defunta não saiu das profundezas do mar e puxou ele para baixo de uma vez por todas. Não, aí seria terror, desculpe.

Veja o trailer

3- My Girl (Meu primeiro Amor) - 1991

Já é triste a pequena Vada Sultenfuss (Anna Chlumsky) ser obrigada a morar numa casa que dá ligação direta para o próspero negócio de seu pai - uma funerária. Além de todas as preocupações básicas da pré-adolescência, como a paixonite por seu professor e a descoberta da vaidade, ela é obrigada a lidar com a entrada e saída de defuntos na sua residência. Vada é órfã de mãe, portanto está ainda mais sozinha no mundo. Sua companhia número é um vizinho, Thomas J. (Macaulay Culkin), que é pequenininho e magricelinha como só um menino de 12 anos pode ser, quando comparado a uma menina da mesma idade. Amizade fofa, momentos afetuosos, piadas doces, e um final de matar qualquer um de chorar. Quando vi a primeira vez tinha dez anos, e desde então morro de medo de abelhas. Para quem não lembra, Thomas J. morre de uma reação alérgica à picadas de abelhas. Pior, morre tentanto recuperar um anel da Vada. Consegue ser ainda mais drástico, o anel é daqueles que mudam de cor conforme o humor da pessoa. Sim, ironicamente Thomas J. morre feliz, com o anel demonstrando sua superioridade de espírito ao inchar como um balão. Nossa, tô chorando só de pensar.

Veja o trailer

2 - City of Angels (Cidade dos Anjos) - 1998

Esse filme é um dos meus favoritos porque não é só um romance, tem um quê do que eu mais gosto, o sobrenatural. A cidade dos anjos é Los Angeles, e eles estão em todos os cantos, vigiando os humanos e os acompanhando quando desencarnam. Seth (Nicholas Cage) é um deles. Ele acaba se apaixonando por uma cirurgiã cardíaca extremamente devotada e que ainda chora pelos pacientes que não consegue salvar. A médica é Maggie, interpretada por Meg Ryan, uma das minhas atrizes favoritas. Seth faz o maior sacrifício possível, decide tornar-se mortal para poder ficar com Maggie (até aí ele nem podia tocá-la). Tudo é lindo, desde a descoberta da paixão dos dois até o momento em que resolvem ficar juntos. Mas ai a Maggie tem que ir dar um rolê de bike para estragar tudo. Quando essa doida resolve abrir os braços, trepada em cima da magrela, eu já sinto o desespero crescendo dentro do meu peito . Não Maggie, não, desviaaaaaaaaaaaaaa. Quer chorar mais ainda? Quando perguntado se teria feito tudo de novo, deixado a imortalidade, mesmo sabendo que a Maggie ia passar dessa para melhor, adivinha a resposta do Seth?

"I would rather have had one breath of her hair, one kiss of her mouth, one touch of her hand, than eternity without it. One."

"Eu prefiriria ter inspirado uma vez o cheiro do seu cabelo, tido um beijo de sua boca, um toque de sua mão, do que ter vivido a eternidade sem isso. Um."

E é por isso que choro toda vez que vejo.

Veja o trailer

1- Beaches (Amigas para Sempre) - 1988

Não é só amor de um homem e de uma mulher que pode trazer lágrimas aos nossos olhos. Esse filme é ainda mais famoso por sua trilha sonora, com músicas clássicas como "Wind beneath my wings" e "Glory of Love".

A história é mais ou menos assim: dua meninas de mundos totalmente diferentes se encontram por acaso quando crianças. Uma é uma ruivinha espoleta, CC Bloom, que está começando uma carrreira artística. Outra é Hillary Whitney, privilegiada ($$$) garota acostumada com uma vida luxuosa. Apesar de serem totalmente diferentes, as duas desenvolvem uma grande amizade aos longos dos anos. Parte dois, as duas adultas. CC (Bette Midler) se tornou uma cantora de sucesso, Hillary Whitney (o nome que queria para minha filha quando vi o filme pela primeira vez, aos 8 anos) uma advogada. As duas continuam muito diferentes, e acabam brigando por, é claro, um homem.

Depois de altos e baixos as duas retomam a amizade, mas a grande demonstração de uma amizade verdadeira vem depois. Hillary adoece (doença cardíaca e fatal) e pede a CC que fique com sua filha após sua morte. Moral da história: homens vem e vão, amigas são para sempre. Aí, se conseguíssemos lembrar disso sempre.

Veja o começo do filme


Termino esse post percebendo um padrão entre esses top4. Todo filme triste tem morte no meio. Ou seja, o ser humano ainda não vê luz no fim do túnel quando pensa no que há depois...Hum. Vc consegue pensar num exemplo que fuja desse padrão?

2 comentários:

Nem Li disse...

hAUI...Não lembro de nenhum filme que me fez realmente chorar, mas a cena do enterro em "Quatro casamentos e um funeral" embalado pelo poema de W. H. Auden é realmente foda, arrepia até a alma!

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Que parem os relógios, cale o telefone,
jogue-se ao cão um osso e que não ladre mais,
que emudeça o piano e que o tambor sancione
a vinda do caixão com seu cortejo atrás.

Que os aviões, gemendo acima em alvoroço,
escrevam contra o céu o anúncio: ele morreu.
Que as pombas guardem luto — um laço no pescoço —
e os guardas usem finas luvas cor-de-breu.

Era meu norte, sul, meu leste, oeste, enquanto
viveu, meus dias úteis, meu fim-de-semana,
meu meio-dia, meia-noite, fala e canto;
quem julgue o amor eterno, como eu fiz, se engana.

É hora de apagar estrelas — são molestas —
guardar a lua, desmontar o sol brilhante,
de despejar o mar, jogar fora as florestas,
pois nada mais há de dar certo doravante.
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Unknown disse...

oieeee! é a Ma (amiga da Lo)...
para fazer dessa lista Top 4 aumentar para Top 6, assista "El Salvador - Nico Puig" e "A Cura"... chorei até ranho do nariz!!!!
bjo!!